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Há quase quatro décadas a empresa de lápis de cor Faber-Castell tem a própria plantação de árvores para a produção de lápis na região Sudeste. E na região de Prata, no Triângulo Mineiro, a floresta de pinus que dá origem aos lápis para diversas áreas do Brasil foi atingida por um incêndio que começou na manhã de sábado (7) em um terreno vizinho.
O g1 entrou em contato com a assessoria da Faber-Castell, que informou que o incêndio não comprometeu a produção de lápis e que a maior parte da área atingida não pertence à empresa. As chamas foram controladas no próprio sábado.
Segundo a empresa, o sistema de monitoramento da floresta identificou o fogo assim que começou, mas, devido à rapidez com que o incêndio se alastrou, foi necessário, inclusive, o uso de helicópteros com água para combater as chamas. Leia a nota completa abaixo.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar o incêndio registrado na região de Prata. No vídeo acima, feito por moradores, mostra a destruição do espaço que antes era usado de capineira.
Ainda conforme os bombeiros, o incêndio na região começou às margens da rodovia, atingiu uma plantação de seringueiras e a floresta de pinus da Faber-Castell. Cerca de 45 pessoas, entre brigadistas e bombeiros atuaram para combater o fogo na região.
“A Faber-Castell esclarece que os focos de incêndio na floresta da companhia na região do Prata (MG) já foram controlados, graças ao rápido trabalho da Brigada de Incêndio da empresa. Os brigadistas da própria companhia iniciaram o trabalho assim que os sistemas de monitoramento identificaram o fogo, na manhã de sábado (7 de setembro), que foi originado em uma região próxima à floresta.
A Faber-Castell reforça que a área afetada pelo incêndio corresponde a uma pequena parte da floresta e não deve ter impacto na produção dos ecolápis e, portanto, os parceiros e os consumidores seguirão sendo atendidos normalmente. E a área impactada será devidamente reflorestada.
A empresa lamenta por essas terríveis queimadas que impactam a região do Prata e todo o país.”
De acordo com o professor Luciano Cavalcante, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), são poucos os fenômenos naturais que se assemelham ao potencial danoso de grandes incêndios florestais, uma vez que eles transformam intensivamente a estabilidade de um ecossistema natural.
Ele disse que o fogo remove a cama superficial do solo chamada de serrapilheira, que é o acumulado de material orgânico, como folhas e galhos, em diferentes estágios de decomposição, que protege e fertiliza o solo. A camada demora vários anos para se acumular e se decompor, enriquecendo o solo.
“Após o fogo e perda dessa serrapilheira, fica exposto o solo mineral e o mesmo suscetível à perda de toda sua camada superficial após as primeiras chuvas, tudo é levado pelas enxurradas. Os nutrientes minerais e os microorganismos do solo também se tornam todos altamente comprometidos após episódios de incêndios”, disse o professor.
Ainda conforme Cavalcante, com toda a cadeia comprometida pelo fogo, o solo exposto e degradado pode sofrer com a erosão e, a longo prazo, à desertificação.
Fonte: G1