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Por 10 a 2, Conselho de Ética da Câmara aprova relatório pela cassação de Glauber Braga

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou, no início da tarde desta quarta-feira 11, o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) sobre o processo de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). Foram dez votos favoráveis e apenas dois contrários.

A sessão foi marcada por pressão de militantes favoráveis à manutenção do mandato de Glauber, processado depois de ter empurrado e retirado da Câmara um militante do Movimento Brasil Livre.Na ocasião, o integrante do MBL chamou Braga de “burro” e afirmou que a mãe dele, a ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ) Saudade Braga, seria “corrupta”.

Ao se defender, Glauber destacou que o militante do MBL ameaçou uma mulher de 70 anos, mãe de um militante psolista. Afirmou ainda que o homem segue realizando provocações em locais públicos.

“Estão fazendo [o mesmo] com parlamentares espalhados por todo o Brasil, e não só parlamentares: também lideranças e forças de esquerda, para tentar intimidar a partir do medo. Não vai funcionar”, declarou.

A partir da aprovação do relatório pelo Conselho de Ética, Glauber receberá uma cópia do documento e terá dez dias úteis para protocolar sua defesa por escrito, apresentar provas e indicar testemunhas para as próximas estapas do processo.

Durante a sessão, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), companheira de Glauber, afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está empenhado na cassação do deputado, que faz oposição ao comando da Casa. Sâmia criticou ainda o relator Paulo Magalhães.

No debate, veio à tona a discussão sobre a cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.  “Tanto não é meu objetivo cassar [mandato de] colega que no [caso do] Brazão eu ‘votei abstenção’ e assumo meu voto”, disse Magalhães.

“Se o senhor se absteve diante do caso do Brazão, nos espantaria muito se o senhor votasse pela cassação do deputado Glauber. Definitivamente não tem comparação: o assassino de Marielle Franco com a defesa da honra da mãe”, retrucou Sâmia, que não faz parte do Conselho e, por isso, não teve direito a voto.

Fonte: Carta Capital

 

 

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