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Em protesto, pescadores e moradores de Ponta Negra pedem consulta prévia à comunidade local sobre a engorda de Ponta Negra

Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

 

Pescadores e moradores de comunidades tradicionais protestaram nesta quarta-feira (24) sobre a falta de diálogo no processo que culminou a liberação da licença para a obra da engorda da praia de Ponta Negra, em Natal.

Com faixas e cartazes, o grupo interditou o trânsito nas principal rotatória que dá acesso à orla. Eles pediam a realização de uma consulta prévia com os povos tradicionais, diretamente impactados com a mudança que a obra vai trazer para a região.

Além dos pescadores, familiares de comunidades tradicionais, como as Rendeiras de Bilro, também marcaram presença.

Foi em relação à falta de uma Consulta Livre, Prévia e Informada com os povos tradicionais que o Ministério Público Federal (MPF) pediu a anulação de todas as licenças ambientais da obra de engorda.

O protesto foi acompanhado pela Polícia Militar e o trânsito, inicialmente afetado após a mobilização, foi liberado gradualmente.

Preocupação com a atividade pesqueira

De acordo com os manifestantes, a área tem mais de 200 famílias que dependem da pesca como fonte de renda. Eles também informaram que mais de 60 famílias são descendentes das Rendeiras de Bilro, uma das comunidades tradicionais com raízes no local.

Além de reclamar de não terem participado de uma Consulta Prévia, os trabalhadores demonstraram preocupação de como a atividade da pesca ficará após a obra.

Os trabalhadores também pedem uma indenização enquanto a obra estiver sendo realizada. “A gente também merece. Não sabemos quanto tempo a obra vai ser executada, também não podemos ficar parado sem poder pescar e receber o nosso dinheiro. A gente vive da pesca”, disse o pescador Armando dos Santos, conhecido como Beto.
Uma das entidades que representam os trabalhadores é a Colônia de Pescadores de Natal. De acordo com a vice-presidente Núbia Peixoto, eles não são contra a liberação da obra, mas reclamam dos trâmites terem ocorrido sem que as comunidades tradicionais fossem consultadas.

“A gente não é contra a engorda, mas queremos transparência. Queremos uma informação mais clara, saber como vai ficar a situação dos pescadores. Até agora não estamos sabendo de nada”, afirmou.

 

Fonte: G1 RN

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