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Nos 92 anos do voto feminino no Brasil, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) exaltou, no Senado Federal, as mulheres do Rio Grande do Norte em sua marca histórica de pioneirismo político e de relevância na produção literária. “A mulher brasileira passou séculos sem ter o direito de aprender a ler e a escrever. As mulheres que nos antecederam, lutando e vencendo imensas dificuldades para participar da vida política do país, nos inspiram nessa luta por igualdade e equidade. Defender a mulher é, no mínimo, defender 52% da população brasileira”, frisou a parlamentar.
O Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado a estabelecer a não distinção de sexo para o exercício do voto, por meio da Lei Estadual 660, em 1927. Em 24 de fevereiro de 1932, a partir instituição do primeiro Código Eleitoral do país, as mulheres conquistaram o direito de votar e serem votadas em todo o território nacional. Foi de uma mulher potiguar – a professora Celina Guimarães – o primeiro voto feminino brasileiro, quatro anos antes do Código Eleitoral, com base na lei do próprio Estado do Rio Grande do Norte.
Outro exemplo de ousadia relembrado por Zenaide foi de Alzira Soriano em 1928 no Estado potiguar: ela foi a primeira mulher a ser eleita prefeita de um município na América Latina – realizando um feito histórico quatro anos antes da conquista do direito da mulher ao voto no Brasil. Zenaide afirma, ainda, que o Estado potiguar já teve três governadoras, rompendo uma herança de machismo estrutural enraizado na política e na sociedade não só do Nordeste, mas de todo o país.
“Duas mulheres potiguares entraram para a história como a primeira eleitora e a primeira eleita do Brasil e da América Latina. Em 1927, a professora Celina Guimarães, de Mossoró, foi a primeira mulher a se alistar e conquistar o direito de votar. No ano seguinte, em 1928, Alzira Soriano foi eleita prefeita da cidade de Lajes. Esses são só alguns exemplos da potência transformadora e da força da mulher potiguar para levar o país para frente”, assinalou a senadora.
A parlamentar ainda observa que, hoje, nos locais que dependem de processo seletivo, as mulheres já se igualam ou são maioria em relação aos homens. Entretanto, nos locais de decisão e poder políticos, ainda são o mínimo. “Nós, mulheres, temos que participar da vida pública. São decisões políticas do governo e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, por exemplo, que decidem o salário mínimo e para onde vão os recursos públicos do país para a saúde, a educação, a segurança pública e a assistência social de nossos filhos, famílias, netos. Se não tiver mulher na política, não há empoderamento de fato”, alertou.