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Foto: Estadão
Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos e dois meses de prisão pela morte da filha, Isabella, poderá ter dificuldades para migrar para o regime aberto, caso se negue a fazer o teste Rorschach. A avaliação serve para ver como o preso lida com o crime que cometeu. A informação é do colunista Ullisses Campbell, do jornal O Globo.
No entendimento da Justiça, Nardoni foi quem matou Isabella em 29 de março de 2008. A menina foi jogada da janela do sexto andar de um prédio na Zona Norte de São Paulo. Além dele, a esposa, Anna Carolina Jatobá, também foi condenada pelo crime em 2010.
Após quatro dias do crime, ele foi preso temporariamente, e os dias em que permaneceu na prisão, até a sua condenação, foram descontados da pena recebida. Conforme o colunista, em 11 de agosto de 2010, ele cumpriu um sexto da pena, e migrou para o semiaberto, e pode se beneficiar das saidinhas cinco vezes por ano. A pena de Nardoni só termina em 2035.
Em 4 de abril de 2024, ele terá cumprido dois quintos da pena, e poderá pedir progressão para o regime aberto. No entanto, uma condição deve ser levado em consideração: ele precisa aceitar fazer o teste de Rorschach.
“Ele vai ter que fazer o exame criminológico e o teste de Rorschach para mostrar como lida com o crime que cometeu e, principalmente, para provar que está arrependido de ter matado a própria filha”, afirma o promotor Luiz Marcelo Negrini, que acompanha a execução da pena dos presos da Penitenciária de Tremembé. Segundo ele, quando o crime é hediondo e muito violento, a Justiça dificulta mais a liberdade.
Nardoni nunca assumiu ter cometido o homicídio contra a filha, pois alegou ser inocente. Na época do crime, afirmou que um ladrão entrou no apartamento quando Isabella estava sozinha, e teria cortado a tela de proteção com uma tesoura para jogar a vítima.
Já se recusou a fazer em 2019
Conforme Campbell, o teste de Rorschach traz pranchas em branco, sendo que oito delas contém manchas abstratas pretas e duas com desenhos coloridos. Uma a uma são apresentadas por um psicólogo ao detento, que tem duas horas para dizer o que vê em cada.
É comum que criminosos, principalmente os não-confessos, evitem passar pelo teste por receio de que ele revele elementos como uma personalidade violenta e desejos assassinos. Ao final da aplicação, o profissional responsável elabora laudos remetidos ao juiz responsável, que leva o resultado em consideração ao decidir se autoriza ou não a liberdade.
Em 2019, o Ministério Público recomendou o exame a Nardoni, que se recusou a fazer. Mesmo assim, as saidinhas foram mantidas. “A Justiça costuma ser mais benevolente quando concede as saidinhas porque é uma liberdade muito curta (cada uma tem sete dias). Mas, para mandar o preso para a liberdade, as exigências são mais rigorosas”, explica Negrini.
Fonte: Terra