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Foto: Reprodução
A Polícia Civil investiga se o sérvio Darko Geisler, assassinado a tiros em Santos, no litoral de São Paulo, foi executado como consequência dos múltiplos homicídios que realizou no Leste Europeu. Ele usava o nome falso, de um esloveno, e vivia clandestinamente no Brasil pelos últimos 9 anos. A Polícia Civil tenta encontrar o responsável por executar o estrangeiro (saiba mais abaixo).
Em entrevista coletiva, o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, titular do 3° Distrito Policial (DP) de Santos, acompanhado do delegado seccional de Santos, Rubens Eduardo Barazal Teixeira, relatou que a Polícia Civil se dedicou, primeiramente, a identificação da vítima. Agora, em um segundo momento, fará a busca de imagens para descobrir quem matou o estrangeiro.
Darko estava em posse de um passaporte de nacionalidade eslovena, levando a polícia a acreditar que ele havia nascido no país. No curso das investigações, segundo apurado junto ao consulado da Eslovênia, ficou comprovado que o documento não era dele. A numeração mostrou que o passaporte pertencia a um cidadão esloveno e que havia sido extraviado em 2017.
“Logo na análise visual do passaporte apresentado, que não havia carimbo de ingresso no território nacional […] Ora, como um estrangeiro ingressa em solo brasileiro sem constar um carimbo, um registro da Polícia Federal?”, questionou o delegado.
Múltiplo homicida
Com uma busca reversa na internet, usando a foto que detinha do suspeito, a Polícia Civil identificou registros em Montenegro (país que faz fronteira com a Sérvia) envolvendo a prática de homicídios múltiplos, porte de arma e de explosivos ligados à ele.
As autoridades de Montenegro remeteram à polícia brasileira uma impressão digital do investigado, que seria um matador de aluguel. Ela coincide com a do morto no bairro Embaré. Com isso, a Polícia Civil entendeu que se tratava do sérvio Darko Geisler.
“Nós podemos afirmar, com absoluta certeza, pautada numa prova técnica pericial, que esse múltiplo homicida investigado em Montenegro se trata da vítima de homicídio ocorrido aqui na cidade de Santos, na rua São José, no dia 5”, informou Lara.
O último crime cometido por Darko, de que se tem notícia, foi a execução de um homem na porta de uma prisão de Montenegro em 25 de dezembro de 2014. Depois disso, ele fugiu para a Bósnia e, no país, “virou um fantasma”, segundo o delegado. A polícia acredita que o homem tenha vivido clandestinamente no Brasil pelos últimos 9 anos.
Antes da Polícia Civil descobrir a real identidade do estrangeiro, a esposa de Darko disse não ter conhecimento sobre o passado do marido. Segundo a Polícia Civil, o casal se conheceu entre 2015 e 2016, em São Paulo. Eles vieram morar na Baixada Santista em 2017.
Darko não tinha documentos brasileiros, tampouco uma fonte de renda ativa. Ele vivia de rendimentos enviados pela família mensalmente, de um comércio que teria no leste europeu.
Um fato que chamou atenção da polícia é que o filho do casal, prestes a completar 4 anos de idade, é registrado somente com o sobrenome da mãe. Segundo a Polícia Civil, a esposa dele já prestou depoimento mas deve ser chamada novamente para prestar mais esclarecimentos.
Quem matou sérvio?
Ainda segundo o delegado, há possibilidade, dentro das inúmeras que ainda se apresentam na investigação policial, de que esse homicídio esteja relacionado com a atuação do sérvio nos homicídios múltiplos praticados no leste europeu.
“Mesmo porque a autoridade de Montenegro informou que Darko Geisler integrava organizações criminosas que atuavam não só em Montenegro, mas em todo o leste europeu, notadamente na figura de um homicida contratado para esse fim”, afirmou o delegado.
A certeza, por enquanto, é a de que Darko era o matador de aluguel sérvio procurado pela Interpol por diversos assassinatos. Ainda não há informações se ele cometeu crimes também no Brasil, mas a polícia não descarta essa possibilidade.
As informações obtidas até o momento passarão por um novo crivo de análise, agora contando com a maior colaboração da polícia sérvia.
Fonte: G1