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Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo
Durante o enterro da agente Vaneza Lobão, de 31 anos, o secretário da Polícia Militar, Luiz Henrique Pires, afirmou que a corporação intensificará o combate ao tráfico e à milícia. A policial foi assassinada a tiros na porta de casa, na última sexta-feira, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Vaneza era cabo e atuava no setor de investigação de milícias e contraventores do Rio. O sepultamento aconteceu na tarde de domingo, no cemitério Jardim Saudade Sulacap, e reuniu cerca de 200 pessoas.
— A morte da policial é uma violência contra o Estado. Temos algumas linhas de investigação, todas as possibilidades vão ser investigadas. Temos apoio da Polícia Federal e Rodoviária Federal para descobrir quem organizou e executou o crime. Vamos aumentar nosso combate em cima da milícia e do tráfico, que, para nós, são bandidos iguais. Quem fez isso com a nossa PM não vai ficar impune — destaca o secretário.
Nas cerimônias, parentes e amigos de Vaneza colocaram sobre seu corpo bandeiras do Brasil e do Fluminense, cujo hino foi tocado, por trompete, no momento do enterro.
Antes, no velório, que durou cerca de duas horas, o capelão da Polícia Militar fez uma reflexão sobre a morte de Vaneza, confortando os parentes sobre seu legado.
— A Vaneza teve uma vida curta, é verdade, mas temos certeza de que ela cumpriu a vocação. Abraçou seu propósito. Ela amava ser policial militar. E escreveu capítulos lindos nessa história breve.
Relembre o caso
A PM foi assassinada na noite de sexta-feira, quando estava de folga, em frente ao portão de casa, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. Ela entrou na Polícia Militar em 2013, trabalhava como cabo e atuava em um setor dedicado à investigação de milícias e contraventores do Rio. Era valorizada pela equipe e, recentemente, havia sido condecorada pela seriedade e lealdade no trabalho.
— Estamos devastados. Estava em casa quando soube da notícia, não acreditei. Minha irmã sempre foi muito tranquila, idônea. Nunca soube de ameaças, ou se ela tinha inimigos. A gente tinha receio pela profissão que ela exercia, mas nunca imaginei que ela poderia ser vítima de uma tragédia — diz aos prantos Andreza Lobão, irmã mais velha da policial.
A descrição feita pela irmã, que define Vaneza como “tranquila, idônea” bate com informações obtidas pelo Globo junto a colegas de farda. A policial dava expediente em serviços internos de inteligência na 8ª DPJM e não participava rotineiramente de operações de campo.
As duas principais hipóteses para explicar a motivação do crime, por enquanto, são: retaliação dos criminosos por conta do trabalho realizado pela policial — que investigava a atuação de milícias — ou o fato de milicianos suspeitarem que ela estaria passando à corporação informações sobre a movimentação dos bandidos no cotidiano da localidade onde vivia.
Criadas na época áurea das Unidades de Polícia Pacificadora, as DPJM são voltadas hoje, basicamente, para a investigar a participação de policiais tanto nas milícias quanto no jogo do bicho. De acordo com colegas de Vaneza Lobão, a policial participava raramente de operações na rua. Segundo a família, o enterro será realizado neste domingo às 16h no Jardim da Saudade de Sulacap.
Fonte: Extra