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Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira no Senado que foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem pediu “auxílio” à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ao falar sobre redes sociais em jantar o presidente da China, Xi Jinping, durante visita oficial ao país. Vieira compareceu a uma reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado a convite dos senadores oposicionistas Esperidião Amin (PP-SC) e Sergio Moro (União-PR). Moro o questionou sobre o episódio.
— Eu estava presente (ao jantar) e foi uma menção que o presidente Lula fez e que ele inclusive pediu auxílio na hora à primeira-dama. No fato específico, foi dito o seguinte: que não é possível que se deixe em plataformas digitais que haja a divulgação de temas de pornografia, de pedofilia, dos famosos desafios dos meios digitais que levaram à morte de uma criança de 8 anos, há pouco tempo em Brasília, um desafio que envolvia inalação de desodorante e que levou à morte. Tem de ter algum tipo de controle, não se pode deixar. Afinal de contas, as plataformas que veiculam isso têm de ter algum tipo de responsabilidade. Foi isso que se mencionou na China — afirmou o ministro Vieira.
O ministro afirmou, ainda, que “não há, de forma alguma, nenhum programa de visitas de especialistas (da China ao Brasil) para tratar do que quer que seja” sobre regulamentação das redes sociais.
— Pode haver no futuro, o Brasil tem de regulamentar as plataformas e depois é uma questão de tratar com o governo chinês. É diferente a questão do algoritmo que se utiliza na China em relação ao do restante do mundo — ressaltou o ministro.
As falas da primeira-dama Janja teriam gerado constrangimento entre os chineses, segundo relatos publicados na imprensa brasileira.
O presidente Lula chegou a comentar o tema, afirmando que foi ele que tomou a iniciativa de abordar o tema e Janja “pediu a palavra” para mencionar os abusos cometidos na rede.
— Fui eu que fiz a pergunta. Eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo o TikTok. E aí a Janja pediu a palavra para explicar o que está acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças — disse Lula no dia 14 de maio.
A notícia havia sido divulgada pela Globo News, citando suposto mal-estar criado pela primeira-dama e a resposta do presidente chinês, de que o Brasil tinha o direito de regulamentar o TikTok e até banir a rede social se achasse necessário. De propriedade de uma empresa chinesa, o TikTok é um dos motivos de disputa entre Washington e Pequim, pela pressão do governo americano pela venda da empresa nos EUA.
Na semana passada, Lula aproveitou para dar uma bronca em quem vazou a informação, durante a entrevista coletiva que concedeu em Pequim antes de partir, após visita de três dias à capital chinesa. Para ele, “alguém teve a pachorra” de revelar o que aconteceu num encontro confidencial, em que participaram apenas ministros e parlamentares.
Fonte: O Globo