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Leão XIV pede libertação de jornalistas detidos por buscar a verdade em seu primeiro encontro com a imprensa

Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

 

O Papa Leão XIV reafirmou nesta segunda-feira a solidariedade da Igreja Católica a jornalistas presos “por buscar e relatar a verdade”. Diante das equipes de reportagem credenciadas para o conclave, em sua primeira audiência geral com a imprensa, o Pontífice americano fez um apelo pela libertação de repórteres detidos por suas atuações profissionais, e deixou uma mensagem sobre a necessidade de uma comunicação social pautada por uma linguagem que promova a paz.

— A Igreja reconhece nessas testemunhas, pensando naqueles que relatam a guerra mesmo ao custo de suas vidas, a coragem daqueles que defendem a dignidade, a justiça e o direito dos povos de serem informados, porque somente os povos informados podem fazer escolhas livres — disse Leão XIV, recebendo aplausos dos presentes. — O sofrimento desses jornalistas presos desafia a consciência das nações e da comunidade internacional, convocando todos nós a proteger o bem precioso da liberdade de expressão e de imprensa.

O Papa chegou à Sala Paulo VI, que costumeiramente recebe as audiências papais com a imprensa, por volta das 11h (6h em Brasília). Após um breve cumprimento em italiano (“Buon giorno”, bom dia), ele rapidamente agradeceu a presença dos profissionais em um comentário improvisado em língua inglesa, seu idioma nativo. Em seguida, retornou ao italiano para ler a mensagem previamente preparada, em uma declaração escrita.

A partir da figura do sermão da montanha, texto bíblico em que Jesus afirma que “bem aventurados os pacificadores”, Leão XIV transmitiu uma mensagem de defesa da liberdade de imprensa e expressão, chamando a atenção também para a necessidade de uma linguagem que promova a paz e a escuta daqueles que não tem voz na sociedade.

— Hoje, um dos desafios mais importantes é promover uma comunicação capaz de sair da Torre de Babel em que às vezes nos encontramos. Da confusão de linguagem sem amor, muitas vezes ideológicas ou sectárias — afirmou Leão XIV. — A comunicação de fato não é apenas a transmissão de informações, é a criação de uma cultura. De ambientes humanos e digitais que se tornem espaços de diálogo e confronto [de ideias].

O Pontífice também retomou uma mensagem de seu antecessor, o Papa Francisco, para defender uma comunicação social que visa a pacificação social e a construção de pontes.

— Vamos desarmar a comunicação de todo preconceito, rancor, fanatismo e ódio. Vamos purificá-la da agressividade. Não precisamos de uma comunicação estrondosa e musculosa, mas sim de uma comunicação capaz de ouvir, de colher a voz dos mais fracos, que não tem voz. Vamos desarmar as palavras. Vamos desarmar as palavras e contribuiremos a desarmar a Terra — acrescentou.

A ONG Repórteres Sem Fronteiras, que acompanha casos de violações contra jornalistas e o cenário da liberdade de imprensa no mundo, relatou a morte de 15 profissionais de mídia desde o começo de 2025, e 567 prisões. Também relata 99 casos de desaparecimento de repórteres e 54 casos envolvendo trabalhadores de veículos de comunicação como reféns.

 

Fonte: O Globo

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