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Há quase 50 anos, a Igreja Católica teve um conclave para a eleição de um novo líder: o de outubro de 1978. Um cardeal brasileiro, dom Aloísio Lorscheider, teria sido o primeiro a ter a maioria dos votos. Ao recusar o cargo por problemas cardíacos, o então arcebispo de Fortaleza teria aberto caminho para a escolha de João Paulo II.
O detalhe dos bastidores do conclave de 1978 foi partilhado em artigo publicado pelo escritor e teólogo Frei Betto em abril deste ano. Também na ficção, dom Aloísio Lorscheider foi citado no filme O Poderoso Chefão: Parte 3, ao receber um voto no conclave encenado no longa.
Na vida real, o religioso que poderia ter sido o primeiro papa brasileiro teve uma trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos e pelos posicionamentos a favor da democratização do Brasil e contra as torturas praticadas na ditadura militar.
O cardeal vivenciou, ainda, um episódio cujas imagens marcaram a história recente do Ceará: em 1994, ele foi sequestrado por internos de um presídio na Grande Fortaleza enquanto fazia uma visita ao local.
Dom Aloísio Lorscheider participou de dois conclaves e viveu durante o pontificado de sete papas. Veja a trajetória dele:
Dom Aloísio Lorscheider era neto de alemães e nasceu na cidade de Estrela, no Rio Grande do Sul, em 1924. À época, a Igreja era liderada pelo papa Pio XI (1922 a 1939).
Ele se ordenou como sacerdote aos 23 anos, quando o papa era Pio XII (1939 a 1958).
O sucessor de Pio XII foi o papa João XXIII (1958 a 1963), que nomeou dom Aloísio Lorscheider como bispo, em 1962.
Em seguida, a Igreja foi liderada pelo papa Paulo VI (1963 a 1978). Foi este pontífice quem nomeou dom Aloísio Lorscheider como arcebispo de Fortaleza (1973) e quem deu a ele o título de cardeal (1976).
Como cardeal, dom Aloísio Lorscheider participou dos conclaves para eleger os dois papas seguintes: João Paulo I (1978) e João Paulo II (1978 a 2005).
Ele teve a renúncia aceita pelo Vaticano em 2004, um ano antes do conclave que elegeu Bento XVI (2005 a 2013).
Dom Aloísio Lorscheider faleceu em dezembro de 2007, sem ter vivenciado o pontificado do papa Francisco (2013 a 2025).
Batizado como Leo Arlindo Lorscheider, o religioso passou a adotar o nome de Frei Aloísio em 1944. Enquanto atuou no Rio Grande do Sul, ele foi bispo de Santo Ângelo e chegou a ser eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).