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Sergio Moro “esquece” que era ministro da Justiça quando corrupção no INSS começou e faz piada

Foto: Sérgio Lima/Poder360

Afoito em atacar Lula, o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) foi às redes sociais nesta quarta-feira (24) fazer piadinha com a investigação da Polícia Federal (PF) que desbaratou um esquema de corrupção no Instituto Nacional de Seguro Social, o INSS, que começou em 2019 e só foi investigado a partir de 2023, no atual governo.

Na publicação, o ex-juiz parcial da Lava Jato ataca o Peru e a ex-primeira-dama do país vizinho, Nadine Heredia, a quem foi concedido asilo político, após a prisão do marido, Ollanta Humala, que governou o Peru entre 2011 e 2016, e virou alvo de um desdobramento do lawfare conduzido pela “República de Curitiba” no Brasil.

“As fraudes contra os aposentados do INSS, que foram estimadas em 6 bilhões de reais, comprovam em definitivo que o Governo Lula não precisa importar criminosos do Peru”, ironizou o senador nas redes.

No entanto, Moro esqueceu de um detalhe: o esquema de corrupção no INSS começou em 2019, quando ele foi nomeado por Bolsonaro como “super ministro” da Justiça, o que o fez abandonar a magistratura e se jogar de cabeça – e sem máscaras – na política.

Moro ganhou o cargo no governo anterior após beneficiar diretamente Bolsonaro na disputa eleitoral contra Fernando Haddad (PT), em 2018. Uma semana antes do primeiro turno da disputa presidencial, Moro levantou sigilo da delação mentirosa e sem provas do ex-ministro Antônio Palocci, beneficiando diretamente o seu futuro chefe.

Mensagens obtidas pela Operação Spoofing mostram que Moro resolveu levantar sigilo da delação às vésperas da eleição, mesmo tendo dúvidas sobre a veracidade da narrativa criada por Palocci.

“Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do aplicativo Telegram em 25 de setembro, tratando Moro pelo apelido que eles usavam e associando os petistas à Omertà, o código de honra dos mafiosos italianos.

“Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, emendou a procuradora Laura Tessler. “O melhor é que [Palocci] fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, acrescentou Antônio Carlos Welter.

Na decisão em que apontou a parcialidade na condução dos julgamentos de Lula, o STF aponta que Moro agriu de “modo completamente extravagante” e “além de influenciar, de forma direta e relevante, o resultado da disputa eleitoral, conforme asseveram inúmeros analistas políticos, desvelando um comportamento, no mínimo, heterodoxo no julgamento dos processos criminais instaurados contra o ex-Presidente Lula –, violou o sistema acusatório, bem como as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa”.

 

Fonte: Revista Fórum

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