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O Conselho da Cultura do Estado, por sua vez, destaca que a própria ex-governadora batizou o nome do equipamento com o nome do escritor, pintor e poeta Newton Navarro. Por conta disso, embora seja válido prestar uma homenagem à política, a entidade argumenta que a mudança de nome da ponte não é o melhor caminho para isso.

“A professora Wilma de Faria legou uma história de vida pública que merece ser reverenciada permanentemente, inclusive dando nome a alguma grande obra, na dimensão dos seus feitos em prol do Rio Grande do Norte. Mas essa deferência não pode ser prestada em desdouro ao nome de Navarro, repita-se, por ela própria escolhido para batizar a ponte, reconhecendo que o artista pintou e celebrou Natal, o Rio Potengi e a Redinha, prenunciando com a sua escrita e os seus pincéis o que depois se transformou em notável e útil estrutura que orgulha a arquitetura brasileira”, diz o Conselho em nota.

A entidade faz, ainda, um apelo ao final da nota: “Por fim, apela à Assembleia Legislativa – especialmente ao digno Relator – que estanque e arquive o mencionado Projeto de Lei, em atenção à biografia dos dois grandes norte-rio-grandenses Wilma de Faria e Newton Navarro”.

ANRL também manifestou-se sobre a permanência da homenagem : ‘conexão entre literatura e vida urbana’

A Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANRL) também posicionou-se quanto ao tema em questão, pontuando sobre a “significância de ambos os nomes para a cultura e a história do nosso Estado”. Em nota, a Academia reconhece a importância das homenagens com nomes relevantes a história do Estado, mas destaca que o reconhecimento não ocorra “em detrimento de outros nomes que também são pilares da nossa história”.

A Academia também relembra que foi a própria que sugeriu à governadora nomear a Ponta Newton Navarro com o nome do escritor, dramaturgo, desenhista, e pintor. “Essa iniciativa visava reconhecer as contribuições significativas do acadêmico Newton Navarro para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte e a governadora acatou com louvor a nossa sugestão. Portanto, seria contraditório trocá-lo agora pelo seu próprio nome”, diz em nota.

“Não podemos esquecer que o acadêmico Newton Navarro é uma figura central na literatura e na arte potiguar. Sua obra retratou com sensibilidade e profundidade as belezas e desafios do nosso Estado, incluindo a rica paisagem da Ribeira, do Rio Potengi, da Redinha e a necessidade de proteger nossos recursos naturais. O nome da Ponte Newton Navarro, já consagrado pelo uso popular, não é apenas uma obra de engenharia, é também um símbolo da conexão entre a literatura e a vida urbana, um tributo à memória de um autor que soube capturar a essência do nosso povo e de nossa terra”, acrescenta a Academia.

Fonte: Tribuna do Norte