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Foto: Reprodução/redes sociais
Condenado a oito anos de inelegibilidade pela 1ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) na última terça-feira (10) por abuso de poder na eleição municipal de Goiânia (GO) neste ano, o governador do estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), mergulhou até o pescoço na corrida pela prefeitura da capital e fez uma maratona de agendas ao lado de seu candidato e correligionário, Sandro Mabel, na reta final do segundo turno.
A sentença em primeira instância é assinada pela juíza Maria Zorzetti, que menciona em sua decisão o uso da sede oficial do governo, o Palácio das Esmeraldas, e de recursos estaduais para jantares que teriam promovido a candidatura de Mabel logo após o primeiro turno, entre os dias 7 e 9 de outubro. A ação foi movida por Fred Rodrigues (PL), candidato apoiado por Jair Bolsonaro na capital goiana.
Zorzetti também pediu a cassação de Mabel e da vice eleita, Coronel Cláudia (Avante). No entanto, tanto a dupla quanto Caiado podem recorrer da decisão ao colegiado do TRE e, em última instância, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – o que garante a posse do novo prefeito em janeiro. Todos negam qualquer irregularidade e até mesmo o caráter eleitoral dos eventos.
Como publicamos no blog em outubro, Caiado participou de 15 eventos de campanha de Mabel na última semana da corrida eleitoral em Goiânia, entre carreatas, eventos fechados e caminhadas para fazer frente ao bolsonarista Fred Rodrigues (PL), que surpreendeu no primeiro turno e acabou na frente de Mabel, mas terminou derrotado com 44% dos votos.
Na reta final, Caiado chegou a participar de quatro eventos de seu candidato no mesmo dia. Houve ações aos finais de semana, durante a noite e após viagens do governador para fora do estado.
Isso apesar de o goiano ter apoiado Bolsonaro contra Lula no segundo turno das eleições de 2022 contra Lula e de ter sido um dos poucos governadores presentes ao ato bolsonarista na Avenida Paulista em fevereiro passado pela anistia dos golpistas do 8 de janeiro.
Os dois não economizaram munições contra seus adversários na corrida local. O governador explorou a inexperiência de Fred Rodrigues, que foi deputado estadual por menos de um ano e acabou cassado em 2023 pela Justiça Eleitoral por irregularidades em contas de campanha, e exaltou o currículo de Mabel.
Já Bolsonaro buscou ligar Caiado e, indiretamente, Mabel ao PT. O partido de ambos mantém três ministérios no governo federal, aliança criticada pelo governador, e o agora prefeito eleito foi defensor dos primeiros governos Lula e da gestão Dilma Rousseff quando era filiado ao PR, atual PL.
Fonte: O Globo