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Foto: Reprodução
A vereadora Sirana Bosonkian (PDT) chamou de “doentes” vítimas de feminicídio e violência doméstica, assim como os agressores, durante uma sessão ordinária na Câmara Municipal de Guarujá, no litoral de São Paulo. A parlamentar se mostrou contrária aos crimes, mas questionou “o pior” em relação a quem agride ou não denuncia.
“Vamos falar o seguinte: quem que é o pior? Quem que é o mais doente? Ele que bate ou ela que aceita a agressão e não faz nada? Quem seria o pior, ela que não sai de casa e não denuncia?”, argumentou Sirana.
Em nota, a vereadora reconheceu que algumas falas foram mal colocadas, especialmente no “calor da emoção e da revolta diante dos casos de feminicídio que abalaram” a cidade.
O discurso foi feito na 38ª sessão ordinária da última terça-feira (3), após Sirana pedir ao presidente da Câmara espaço para um pronunciamento. No local, ela mencionou casos envolvendo mortes de duas jovens na cidade.
Em nota, a Câmara Municipal de Guarujá informou que não responde pela manifestação individual dos vereadores, uma vez que eles são livres para expressar as próprias opiniões durante as sessões.
A parlamentar iniciou o discurso falando sobre a mulher de 25 anos que morreu após cair do 2° andar de um prédio no bairro Vila Edna. Sirana citou que o companheiro da vítima deixou o imóvel antes da chegada da polícia.
“Esse relacionamento de sete anos é um relacionamento abusivo, é um relacionamento tóxico, mas o que seria pior? Ele com essa agressão toda ou ela que não foi denunciar por medo? Durante sete anos uma mulher apanhando de um covarde”, alegou Sirana.
Em outro momento, a parlamentar afirmou que as mulheres ‘irritam’ os homens porque falam muito. Ela pontuou, porém, que nada justifica tirar a vida de alguém. “Vai embora da vida da pessoa, some […]”, disse.
Pouco depois, Sirana mencionou o caso da empresária Brenda Bulhões, de 26 anos, morta a tiros em frente ao próprio salão de beleza dela. A Polícia Civil considerou o ex-companheiro dela como o principal suspeito do crime.
Sirana disse que os agressores normalizam os ataques contra as mulheres. Ainda de acordo com ela, muitas vítimas não sabem se defender, não trabalham e sentem medo. Neste momento, vereadora questionou “o pior” em relação a quem agride ou não denuncia.
“O que faz uma mulher gostar de uma coisa dessa? Pra não falar outra coisa. O que faz uma menina que trabalha, que sustenta sua filha, gostar de uma pessoa dessas e durar? Porque durou meses”, disse a parlamentar.
A vereadora aproveitou o discurso para divulgar a imagem do suspeito de matar Brenda Bulhões. “Na minha opinião, homens psicopatas não podem estar no meio de todo mundo”, declarou.
Sirana prestou solidariedade às famílias das vítimas e disse que não é possível aceitar situações do tipo. “Existe o nome de feminicídio, mas na minha opinião esse tipo de psicopata é tão covarde que não fica para enfrentar a família dela, nem os amigos, nem a justiça. Eles fogem”, pontuou.
“É um sem vergonha de um covarde. Veja bem o tipo de força que tem o braço de vocês e veja bem o tipo de força que tem o braço de uma mulher que é chata e que fala, então tem essa diferença muito grande”, finalizou Sirana.
Fonte: G1