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Foto: Jader Souza/AL Roraima / Perfil Brasil
Em meio ao cenário de seca extrema e queimadas no Norte do país, dados do Copernicus, o programa de observação da Terra da União Europeia, indicam que o Sudoeste da Amazônia foi a região que mais emitiu gases de efeito estufa no planeta nos últimos cinco dias. A conclusão foi apresentada por Lucas Ferrante, doutor em biologia e pesquisador da USP e da Universidade Federal do Amazonas ao jornal O Globo.
Os números são baseados no volume de aerossóis e de monóxido de carbono capturados nessa área de emissão. Esses gases são associados aos que causam o efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono, que também é liberado nos incêndios frequentes na região.
Amazônia gera preocupação com aumento das queimadas
A situação na Amazônia se tornou crítica devido ao avanço do desmatamento e às queimadas, conforme indicado por Ferrante, que estuda os efeitos da ação humana na Amazônia há mais de uma década. Se essas emissões de gases de efeito estufa continuarem por um longo período, o impacto será sentido globalmente.
De acordo com a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Camila Silva, e o professor de Economia na PUC-RS, Gustavo Inácio Moraes, em entrevista ao jornal O Globo, o cenário atual resulta da temporada sazonal de queimadas. No entanto, apenas um período prolongado de muitos meses poderia criar uma tendência mais alarmante.
O impacto ambiental das queimadas na Amazônia é vasto. Gases liberados nos incêndios contribuem para o aquecimento global, elevando os níveis do mar e alterando o clima. Além disso, há uma perda significativa de biodiversidade, com muitas espécies de fauna e flora desaparecendo, conforme alerta Silva.
Com mais de 82 mil focos de incêndio contabilizados de janeiro a setembro de 2024, a Amazônia já alcançou o dobro de queimadas em relação ao mesmo período de 2023. A região vê um aumento nas dificuldades para conter o fogo, que ameaça a vida local. O município de São Félix do Xingu, no Pará, tem o maior número de focos de calor, com 4.988 pontos.
Os incêndios não apenas destroem a floresta, mas também prejudicam os moradores locais. Conforme O Globo, na cidade de Trairão, uma família precisou sair às pressas de casa para tentar apagar as chamas em seu terreno. A cena de moradores lutando contra o fogo com baldes e mangueiras tem se tornado comum na região desde agosto, quando a seca se intensificou.
Para combater as queimadas, agentes e brigadistas do Ibama estão atuando em áreas críticas. No entanto, a situação é complicada pela presença de invasores e grileiros, que muitas vezes iniciam incêndios para expulsar fiscais e agentes de áreas protegidas. O governo federal também está trabalhando para remover garimpeiros ilegais na Terra Indígena Apyterewa.
Além desses esforços, a resposta local também inclui ações de moradores e pequenos agricultores tentando proteger suas terras e propriedades. No Parque Nacional do Jamanxim, o fogo avança rapidamente durante a noite, causando danos adicionais e dificultando a respiração devido à fumaça.
Em Novo Progresso, município conhecido pelo “Dia do Fogo” em 2019, a situação este ano está ainda mais crítica. Fazendeiros continuam enfrentando dificuldades devido à seca extrema, que está pior do que em anos anteriores. Com uma brigada de bombeiros localizada a 400 quilômetros de distância, a cidade enfrenta desafios consideráveis para controlar os incêndios.
O prefeito de Novo Progresso, Gelson Dill, destaca ao jornal O Globo a gravidade da situação e relata que a seca atual é a mais severa em 25 anos. Para contornar as dificuldades, a cidade está utilizando caminhões-pipa, embora o acesso às áreas mais afetadas seja limitado.
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