Foto: Guilherme Queiroz

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou irritado ao ver vídeos do hino nacional interpretado em linguagem neutra no comício do candidato Guilherme Boulos (PSOL). Lula compareceu ao evento no sábado em São Paulo, mas apenas na terça-feira auxiliares do Palácio do Planalto lhe mostraram cortes com as cenas que circularam nas redes sociais.

A repercussão negativa, com a modificação do trecho “dos filhos deste solo” para “des filhes deste solo”, foi tratado como um episódio desnecessário pelo presidente.

De acordo com auxiliares, Lula não havia se dado conta da alteração da letra durante o evento. Segundo relatos, o presidente deixou o comício em São Paulo otimista com a mobilização, considerando que a divisão de votos na cidade está concentrada na direita, entre Ricardo Nunes e Pablo Marçal.

Apenas após ter visto o corte do vídeo, na terça, Lula conversou sobre o assunto com pessoas próximas. O presidente tratou o caso como uma casca de banana na qual o Boulos não poderá cair. Na troca de impressões sobre o caso, admitiu o efeito negativo e também avaliou que deslizes como esse não podiam se repetir.

Na terça-feira, a campanha de Boulos apagou a transmissão onde a intérprete alternou o Hino Nacional. O evento ocorreu no sábado, mas começou a ganhar repercussão nesta terça-feira, com críticas de adversários políticos do candidato como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), a deputada Carla Zambelli (PL) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL).

O vídeo foi excluído das redes do candidato, que buscou se isentar de culpa no tema. “A campanha, em momento algum, solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício no último sábado”, diz nota da campanha de Boulos.

Nesta quarta-feira, Boulos classificou como um “absurdo” a troca da letra do hino nacional durante comício. De acordo com o candidato, a troca foi feita pela produtora do evento e, após o ato, a campanha decidiu que não vai mais trabalhar com a empresa.

Fonte: O Globo