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Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Uma nova eleição na Venezuela, que seria uma espécie de segundo turno do pleito de 28 de julho, poderia ajudar na solução da crise pela qual passa o país vizinho. Essa é uma sugestão levada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em caráter informal, pelo assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim.
Ao jornal “Valor Econômico”, Amorim disse a ideia é embrionária e não foi sequer discutida com Colômbia e México — países que, junto com o Brasil, buscam a abertura do diálogo entre o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, e o presidente Nicolás Maduro, declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Celso Amorim afirmou que levou a sugestão a Lula após ouvir outros atores internacionais. Na hipótese de haver um “segundo turno”, ele defendeu que a União Europeia suspenda as sanções em vigor e envie observadores para a eleição.
O presidente Lula chegou a verbalizar na reunião ministerial, na última quinta-feira, que Maduro deveria ter tido, ele próprio, a iniciativa de chamar uma nova eleição no país, segundo pessoas presentes no encontro. Embora afirmem que o assunto não é discutido formalmente dentro do governo, auxiliares de Lula admitem que um novo pleito poderia ser a solução para o conflito no país.
Ministros que acompanharam a fala de Lula na reunião ministerial afirmam que o presidente demonstrou preocupação, e certa impaciência, com a situação no país vizinho.
Integrantes do primeiro escalão dão como certo que a posição do Brasil no conflito pode impactar negativamente na popularidade de Lula, justo em um momento em que as últimas pesquisas Genial/Quaest e Ipec mostram o primeiro aumento da popularidade do petista em 2024.
Como mostrou O GLOBO, Lula também disse a ministros que só irá falar com Maduro sobre as eleições no país vizinho se for em conjunto com México e Colômbia. De acordo com presentes na reunião, o presidente disse que o vencedor da eleição venezuelana precisa comprovar que ganhou nas urnas e citou que ele, nas três vezes que chegou à presidência do Brasil, ganhou no voto.
Interlocutores da área diplomática afirmaram ao GLOBO que o fato de ter surgido essa ideia no Palácio do Planalto não significa que houve mudança de posição do Brasil. A instrução de Lula ao chanceler Mauro Vieira é para continuar exigindo do CNE os documentos eleitorais, para que seja conhecido quem venceu a eleição, se Maduro ou González. Um embaixador comentou que a palavra ata se transformou em um mantra no governo brasileiro.
Fonte: O Globo