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Foto: Nathan Howard/Reuters
O jornalista norte-americano Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan chegaram nos Estados Unidos nesta quinta-feira (1º), horas depois de serem libertados pela Rússia na maior troca de prisioneiros entre Washington e Moscou desde a Guerra Fria.
O acordo foi negociado em segredo por mais de um ano entre os dois países. Nesta sexta-feira (2), o portao-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que as negociações foram travadas entre a CIA e a FSB (a agência de segurança e espionagem da Rússia, sucessora da KGB).
No total, 24 prisioneiros dos dois lados foram trocados pelo acordo, que envolveu oito países no total: EUA, Rússia, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Bielorrússia e a Turquia — o governo turco coordenou a operação, feita na capital Ancara.
Em troca de oito prisioneiros, a Rússia e Belarus libertaram 16 pessoas, entre elas três jornalistas, como Gershkovich, que foi preso, sem provas, por espionagem em março de 2023.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu oito dos pessoas libertadas no aeroporto de Moscou e prometeu condecorar todos eles, inclusive Vadim Krasikov, que foi preso em 2019 pelo assassinato de um exilado checheno em Berlim e condenado à prisão perpétua na Alemanha.
O presidente dos EUA, Joe Biden, celebrou o acordo como sendo “um feito de diplomacia e amizade” e elogiou os aliados de Washington por suas “decisões ousadas e corajosas”.
Biden e a vice-presidente Kamala Harris cumprimentaram os americanos libertados Gershkovich, Whelan e a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, além do dissidente russo-britânico e residente nos EUA Vladimir Kara-Murza, quando chegaram à Base Conjunta Andrews, em Maryland, pouco antes da meia-noite desta quinta.
“O acordo foi um feito de diplomacia e amizade. Para qualquer um que questione se os aliados são importantes: sim, eles são importante”, disse o presidente.
Em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, recebeu os prisioneiros que retornavam à Rússia e disse que seriam condecorados.
Biden expressou gratidão ao chanceler alemão Olaf Scholz, que tomou a decisão de liberar Krasikov.
O acordo representa uma vitória diplomática da gestão Biden a pouco meses da eleição americana.
No entanto, o sucesso não parece representar uma mudança na relação EUA e Rússia. À CNN, o conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos, Jon Finer, disse que as relações entre os dois países permanecem “em uma situação muito difícil”, apesar da troca de prisioneiros. “Não houve confiança envolvida neste relacionamento ou negociação”, disse Finer à CNN.
Críticos afirmam que a libertação de russos condenados por crimes graves poderia encorajar novos sequestros de reféns por inimigos dos EUA.
“Continuo preocupado sobre continuar trocando americanos inocentes por criminosos russos reais detidos nos EUA e em outros lugares enviar uma mensagem perigosa a Putin, que apenas encoraja mais sequestros de reféns por seu regime”, disse Michael McCaul, presidente republicano do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, em um comunicado.
Trump, que disse não ter detalhes sobre a troca, perguntou se “assassinos, matadores ou bandidos” foram libertados. “Apenas curioso porque nunca fazemos bons acordos, em nada, mas especialmente trocas de reféns”, disse o candidato presidencial nas redes sociais.
O Kremlin disse em um comunicado que sua decisão de perdoar e libertar prisioneiros “foi tomada com o objetivo de devolver cidadãos russos detidos e presos em países estrangeiros.”
Fonte: G1