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Russos são investigados pela PF suspeitos em esquema de lavagem de dinheiro com criptomoedas

Foto:  PF/ Divulgação

 

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (27) dez mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga lavagem de dinheiro com recursos de crimes praticados no exterior, mediante uso de criptomoeda. Segundo a PF, são seis mandados em Florianópolis, dois em Goiânia (GO), e dois em Eusébio (CE).

Conforme a PF, a investigação mira uma associação criminosa envolvendo russos já condenados no país de origem e brasileiros, que teriam operacionado a integralização dos recursos (veja mais abaixo).

Ao todo, foram R$ 40 milhões em bens sequestrados por determinação judicial, incluindo uma casa de um dos russos em um condomínio fechado no Ceará, avaliada em R$ 10 milhões. A polícia apreendeu no local US$ 223,9 mil e R$ 55 mil.

Segundo fontes da PF, um dos russos mora em Florianópolis (SC) e o outro, em Fortaleza (CE):

  • O alvo principal foi condenado em 2015 a 3 anos e 6 meses na cidade russa de Penza ao crime equivalente ao de fraude. Ele foi liberado em abril de 2017 e ingressou no Brasil em novembro de 2018. Em 2022, obteve a nacionalidade brasileira.
  • O segundo russo investigado também foi condenado em 2015, na província de Samarskaya, a 10 meses de prisão pelo crime de roubo. Também entrou no Brasil em 2018 e, até o momento, não foi localizado pedido de naturalização.

Conforme a investigação, os dois russos e os dois brasileiros apontados como os líderes do esquema vão usar tornozeleira eletrônica, sendo dois Goiânia, um em Florianópolis e um no Ceará.

 

Investigações

De acordo com o delegado Cleo Matusiak Mazzotti, as investigações começaram com a informação de que cidadãos russos teriam fixado residência na capital de Santa Catarina para usufruir dos recursos oriundos de crimes supostamente praticados no país de origem.

“Eles chegaram a Florianópolis sem nenhum tipo de declaração robusta de renda e começaram a adquirir um número significativo de imóveis, automóveis de luxo, joias e a ostentar um padrão de vida significativamente alto”, esclareceu Mazzotti.

Após se radicarem no Brasil, conforme a polícia, os suspeitos passaram a integrar a sociedade de empresas, além de adquirir bens móveis e imóveis, alguns deles por meio de pagamentos volumosos em espécie.

 

Medidas

Conforme a PF, foi determinado o sequestro de bens dos investigados, que incluem casas e apartamentos de alto padrão e terrenos e automóveis de luxo adquiridos.

Também foram decretados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além de contas em exchanges, onde é possível comercializar criptomoedas, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.

Os quatro principais investigados, que não tiveram as identidades divulgadas, também terão aparelhos eletrônicos monitorados e ficarão proibidos de deixar o país e de fazer transações de criptoativos.

Operação

A investigação descobriu, segundo a Polícia Federal, que a integralização dos recursos oriundos da lavagem de dinheiro foi operacionalizada por brasileiros que se utilizaram de empresas sediadas em Goiás.

As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas.

Nessas contas exchange, os criptoativos eram recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de suas empresas.

Eram usados também, conforme a investigação, para a compra de bens imóveis de alto padrão e de automóveis de luxo, alguns deles registrados em nome de terceiros.

 

Fonte: G1

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