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Foto: Louai Beshara / AFP
A imprensa estatal síria acusou Israel de bombardear uma área residencial de Damasco nesta quarta-feira. Pelo menos duas pessoas morreram no ataque, e autoridades israelenses se recusaram a comentar o caso. A região atingida é um distrito que também abriga quartéis do Exército e das forças de segurança, além de um centro cultural iraniano. Nas redes sociais, imagens mostram um edifício com a fachada escurecida pela fumaça e janelas quebradas.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), organização sediada no Reino Unido e que monitora a guerra na Síria, disse que uma terceira pessoa foi morta por estilhaços do ataque, que também danificou prédios vizinhos no bairro de Kafr Sousa. Um fotógrafo da AFP afirmou que o bombardeio atingiu um edifício de nove andares, sendo que o quarto ficou bastante danificado. As autoridades isolaram a área, e os bombeiros tentavam apagar as chamas.
Um ônibus vazio de uma escola privada foi danificado, e as pessoas foram vistas correndo para buscar seus filhos. Testemunhas disseram ouvir várias explosões seguidas, relatou a agência de notícias Reuters. Rami Abdulrahman, que lidera o OSDH, disse que dois mortos estavam dentro de um apartamento. À al-Jazeera, ele também comentou que o ataque foi semelhante ao assassinato de Saleh al-Arouri, um alto funcionário do Hamas, morto no mês passado em Beirute, no Líbano.
Desde o início do ano, o OSDH disse ter documentado 13 ataques israelenses ao território sírio — oito ataques aéreos e cinco ataques de foguetes por forças terrestres, que destruíram quase 31 alvos e deixaram 31 combatentes mortos e 13 outros feridos. Oito civis, incluindo uma mulher, também morreram nos ataques israelenses este ano.
Em fevereiro do ano passado, um ataque no mesmo bairro matou pelo menos cinco pessoas. Na época, um diplomata ocidental disse que os alvos seriam iranianos. Embora Israel não tenha comentado sobre o incidente mais recente, ele reconheceu centenas de ataques passados a alvos ligados ao Irã na Síria. Desde a eclosão da guerra civil da Síria em 2011, Israel lançou centenas de ataques aéreos contra seu vizinho, principalmente contra grupos armados apoiados pelo Irã, como o Hezbollah, mas também contra posições do Exército.
Os ataques aumentaram após o início da guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas em 7 de outubro. Em 3 de fevereiro, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, disse que haviam atacado mais de 50 alvos do grupo Hezbollah na Síria e 3,4 mil no Líbano neste período. Israel raramente comenta os ataques na Síria, mas alertou diversas vezes que não permitirá que o Irã, seu arqui-inimigo regional e patrocinador do regime do presidente Bashar al Assad, expanda sua presença no país.
Fonte: O Globo