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Pela primeira vez, os Estados Unidos vão propor um texto para uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com um pedido de um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, informou a agência Reuters nesta segunda-feira (19).
A proposta foi divulgada um dia depois que Israel sinalizou que invadiria Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no início do Ramadã, se o Hamas não libertar os reféns israelenses em seu poder desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. O Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos, começa em 10 de março.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne às 10h desta terça-feira (12h no horário de Brasília) para debater o conflito entre Israel e Hamas na Palestina. Segundo a Reuters, não está claro se o rascunho será votado.
O conselho tem 15 membros. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso que 9 deles votem a favor e que nenhum dos membros permanentes (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China) vete a proposta.
População civil em Rafah
Cerca de 1 milhão de pessoas estão em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Muitas delas já deixaram suas casas em regiões mais ao norte do território, onde a ação militar se concentra.
O rascunho da proposta de resolução dos EUA diz que que “uma grande operação em Rafah iria resultar em mais danos aos civis e mais deslocamentos, que poderiam ser inclusive em países vizinhos”.
O texto afirma ainda que uma operação de Israel em Rafah “teria consequências para a paz e segurança regional (…) e que uma ofensiva grande como essa não deve acontecer nas atuais circunstâncias”.
Cessar-fogo
O governo dos EUA vinha se recusado a empregar a expressão cessar-fogo nas resoluções da ONU sobre Israel. No entanto, a expressão consta no rascunho de resolução ao qual a Reuters teve acesso. O presidente Joe Biden tem dito “cessar-fogo” em seus discursos, e afirmou ter tratado do tema com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
No sábado, a Argélia pediu para que na terça-feira haja uma votação em uma resolução que os seus representantes redigiram. Pelo texto argelino, o Conselho de Segurança pediria um cessar-fogo imediato por razões humanitárias.
A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, já sinalizou que essa proposta de resolução seria vetada porque o texto colocaria em risco as negociações sobre a libertação dos reféns que ainda estão sob controle do Hamas.
Mais itens do rascunho
O rascunho ainda rechaça qualquer ação que implicaria uma redução do território da Faixa de Gaza, inclusive com a criação das chamadas “zonas de tampão”, áreas de separação para evitar conflitos, e também a destruição sistemática de infraestrutura civil.
Em dezembro, Israel disse a países árabes da região que queria criar essas “zonas de tampão” dentro do território da Faixa de Gaza para evitar ataques depois do fim da guerra.
Fonte: G1