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Foto: Hudson Lima
O senador Styvenson Valentim (Podemos) reuniu 88 prefeitos na prestação de contas das emendas destinadas aos municípios, mas aproveitou a ocasião para atacar o governo do Estado por sua tentativa de aumento de carga tributária no Rio Grande do Norte. “Não tem cabimento explorar e impor aumento de imposto, porque isso é ínfimo para os prefeitos, quem ajuda muito mais os municípios são os parlamentares”, disse ele, com relação ao percentual que pode ser somado aos 25% de ICMS a que os municípios teriam direito se ocorresse a aprovação do projeto que aumente de 18% para 20% a alíquota do imposto a partir de janeiro.
Mesmo sem citar, diretamente, o nome da governadora Fátima Bezerra (PT), o senador Styvenson Valentim a criticou por ter enviado o projeto de lei para prorrogar o ICMS à votação na Assembleia Legislativa: “Deixe de arrancar o couro do povo potiguar, que não tem culpa da incompetência de quem está naquela cadeira”, disse.
Depois de ouvir os prefeitos de Serra Negra (Seridó) e Portalegre (Alto Oeste), Sérgio Fernandes de Medeiros e José Augusto Rego, a respeito das dificuldades, inicialmente, para transpor barreiras de relacionamento do senador com os prefeitos. “A gente criou um estratégia, vamos em grupo, porque em grupo é mais fácil de enfrentá-lo”, disse Medeiros, quanto ao fato de alguns prefeitos, que iam sozinho ao gabinete dele, informarem que para conseguirem uma verba, passavam por “uma sabatina pesada”.
Valentim explicou que mudou “porque começou a conhecer gente que merece confiança”, a partir da destinação das chamadas “emendas pix” (transferências especiais), que inclusive votou contra no Congresso Nacional.
“Este ano vou distribuir R$ 35 milhões de emendas pix”, avisou o senador, em face do vínculo de confiança que agora tem com os prefeitos. “Quando a gente começa a mostrar para as pessoas, elas começam a acreditar”, disse ele, quanto ao fato da população não acreditar na classe política.
Styvenson Valentim pediu desculpas aos prefeitos, mais uma vez, por criminá-los no começo do mandato. “Tinha isso na cabeça, achava que todos iam me enganar e tirar proveito, mas essa modificação não foi fácil, porque conhecer uma pessoa e passar a confiar, é todo dia”.
Valentim disse, ainda, que “isso já é passado, está pacificado”, o relacionamento com os prefeitos está bem direcionado: “O que fiz primeiro com os prefeitos, foi distribuir os recursos para todos os municípios, esperar o retorno com transparência, aqueles iam dando transparência, recebiam mais recursos”.
Segundo Valentim, os 88 prefeitos que compareceram à reunião num hotel em Lagoa Nova, na manhã da segunda-feira (27), foi uma seleção, embora o mesmo não pudesse dizer da chefe do Executivo estadual, vez que encaminhou emendas nos valores de R$ 16 milhões para o Hospital Tarcísio Maia, em Mossoró, e R$ 6,9 milhões para a Escola Estadual Maria Ilka, no Bom Pastor, em Natal, mas não está tendo o mesmo tratamento da maioria dos prefeitos: “Isso eu tentei, ela não pode negar, ninguém pode negar, não peço para o governo do Estado, porque não tenho nenhum relacionamento com aquela senhora, mas isso é bom, tem uma vantagem, peço muito mais para os para os municípios”.
Ao criticar a gestão estadual pelo caos nas áreas de saúde, educação e turismo, Styvenson Valentim chegou a ser interrompido pelo prefeito de prefeito de Santana do Seridó, Hudson Pereira Brito, dizendo que ele ia resolver isso, tendo o senador complementado que alguém vai “dar um basta nisso”, podendo ser ele, o senador Rogério Marinho (PL) ou qualquer um dos políticos que estavam ali prestigiando o evento, como os deputados federais Benes Leocádio e Paulinho Freire (União Brasil), bem como os deputados estaduais Tomba Farias (PSDB) ou Coronel Azevedo (PL).
“Daqui pra frente o meu propósito é não ver o Rio Grande do Norte mais em segundo lugar e em último lugar na educação, não quero ver o Estado com um potencial turístico imenso paralisado, sofrendo na mão da criminalidade e as pessoas morrendo em portas de hospitais, criticou Valentim.
Para Valentim, “ninguém quer ver isso, mas é o que a gente vê todos os dias”, mas alertou que aquela pessoa que “receber a massa falida do Rio Grande do Norte quando essa (governadora) entregar vai ter uma responsabilidade grande e que sozinho não vai conseguir”.
Na avaliação do senador, quem se eleger governador do Estado em 2026 “vai precisar da ajuda de todos os prefeitos, unindo o maior número possível de forças políticas: “É por isso que estou construindo isso, não é só pra mim não, a gente está agrupando pessoas para colocar o Estado onde sempre esteve, e despencou, não tem cabimento a gente estar perdendo para todo mundo e ser o mais pobre do Nordeste”.
Fonte: Tribuna do Norte