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Foto: Sérgio Lima/Poder 360
Em outubro, 21 metralhadoras do Exército Brasileiro foram roubadas de uma unidade da força localizada em Barueri, na Grande São Paulo. O caso teve forte repercussão e chamou atenção para o histórico recente de armas e munições roubadas da força no país.
De acordo com um levantamento feito pelo jornal O Globo através de dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação, o Exército registrou 48 ocorrências de desvio de armamentos ou munições até outubro, uma média de quase cinco por mês. O número já é o maior dos últimos dez anos e evidencia que o furto ocorrido em outubro não foi um caso isolado.
Ainda segundo a mídia, o arsenal roubado ou furtado de quartéis apenas neste ano soma pelo menos 460 munições, três pistolas, 21 metralhadoras e dois fuzis. Os registros estão espalhados por sete das 12 regiões militares do país. A maior quantidade foi levada em São Paulo.
Os dados também mostram que mais de 26,4 mil munições foram furtadas de instalações militares nos últimos dez anos, sendo esse o material bélico mais extraviado do Exército. Ente as armas, a maioria são as de grosso calibre como fuzis, metralhadoras e espingardas, que têm uso restrito pelas forças de segurança.
O coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, apontou que o processo de seleção do Exército acaba por propiciar a entrada de jovens não comprometidos com a disciplina requerida, o que representa uma vulnerabilidade.
“Eles passam pelo serviço obrigatório, recebem um treinamento militar mínimo, conhecem um pouco mais das estruturas e isso pode, de certa forma, gerar um conjunto de vulnerabilidades, justamente porque eles passam a conhecer como funciona. Depois de não se engajarem, podem levar essa informação adiante ou eles mesmo realizarem os roubos e furtos”, analisou o coordenador ouvido pela mídia.”
Ao mesmo tempo, a diretora do Instituto Igarapé, Melina Risso, destaca que os furtos e roubos em arsenais das Forças Armadas são uma das grandes fontes de abastecimento de armas do crime organizado no Brasil: “A falta de controle de armazéns do Exército gera essas ocorrências que abastem o arsenal do crime”, afirmou.
Em relação ao caso do arsenal de guerra de Barueri, com a ajuda das policiais paulistas e fluminense, a força conseguiu recuperar, um mês após o crime, 19 das armas. Duas ainda estão desaparecidas.